10 de jan. de 2013

Chegada à Bruxelas

PÂNICO. Foi o que eu senti quando cheguei a Estação Bruxelas-Midi vindo de Paris. 

Muitas coisas contribuíram para que eu me sentisse assim: primeiras horas sozinha na viagem, uma mochila não muito confortável nas costas, a chegada a um país desconhecido onde ainda se tem que descobrir como tudo funciona, mas o que me impressionou mais foi que a primeira impressão não era da Bélgica que eu imaginava. A estação era pichada e não tão limpinha – o que causava uma má impressão do país. 

Bom, comprei o passe de um dia (depois descobri que era mais barato ter comprado o de três dias, mas, ok, não dá para ser 100% em tudo), pedi um mapa do metrô e lá fui eu rumo a Estação Robier. Chegando lá, pânico de novo! A Estação está em reforma e é bem assustadora – muito lixo, grades, tapumes, e as pessoas eram bem mal encaradas (só eu que acho isso, ou mais alguém acha que as pessoas mal encaradas de outros países são mais mal encaradas do que as do Brasil?). Já comecei a surtar e achar que o Albergue ficava em um bairro horrível, que eu ia ser assaltada, esquartejada e iam sumir com meu corpo. Estava xingando o Lonely Planet e rezado enquanto subia a escada rolante, mas qual não foi minha surpresa? Dei de cara com o Hilton, Sheraton e Crowne Plaza! Eba. Estava a salvo! O bairro era ótimo. 

O 2Go4 (o Albergue) foi indicação do Lonely Planet. É bem bacana. Tem uma área de convivência com lareira, e uma cozinha ótima. Como ainda estou na fase “quero ficar sozinha um pouco”, resolvi ficar em um dormitório privativo com banheiro (quando fui reservar só tinha disponível o duplo por 58 euros). O que eu estou (407) é uma graça. Parece um chalé com janelinhas que dão para o céu (pena que está nublado por aqui, senão dava para dormir vendo as estrelas). 

Depois de me acomodar, resolvi dar uma volta e aproveitei para jantar em um restaurante/bar chamado “Cercle des Voyageurs” também indicação do guia, perto do metrô Bourse. O lugar é bacana com uma decoração diferente: um mapa antigo pintado no teto, globos, uma cortina preta pesada na entrada, e um quadro de um homem nu meio deprimido meio com sono. 


Sentei em uma mesinha na frente do bar e dei de cara com a placa: 


Para quem não sabe, a Delirium Tremens é uma Belgian Golden Strong Ale que já foi considerada a melhor cerveja do mundo. É produzida pela cervejaria Brasserie Léon Huyghe e tem como símbolo um elefante rosa. Eu, particularmente, amei a cerveja. Mas reparem no teor alcoólico: 8,5%! 

E como toda cerveja na Bélgica, ela vem em um copo próprio:


Pedi para comer um salmão com crosta de gergelim e legumes cozidos. A comida era infinitamente inferior à cerveja, o salmão não tinha gosto de nada, pelo menos os legumes estavam ótimos. Deve ser por isso que o guia indica como um lugar para beber e não para comer. 



A Delirium tem um bar famoso em Bruxelas (Delirium Café) com uma impressionante carta de mais de 2 mil cervejas do mundo todo, além de centenas de vodkas, absintos e jenevers (liquor típico da Bélgica e Países Baixos) – vou ver se dou um pulo por lá ainda. E no Rio de Janeiro tem também um Delirium Café em Ipanema (o primeiro das Américas) com muitos rótulos e cursos de degustação.

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