14 de jan. de 2013

Os belgas e as batatas fritas


Eu acho que tenho cara de turista gente boa. Não foram poucas as vezes que alunos de algum país no qual eu estava viajando me pararam para fazer perguntas para trabalho escolar. Já foram vários os questionamentos, em geral relacionados a turismo, mas hoje, em Bruges, queriam saber sobre os meus hábitos alimentares em relação à batata: quantas vezes por semana eu comia, onde eu comprava, quantos tipos de batata eu conhecia, se achava que era saudável comer batatas, etc. Achei engraçado e só reforçou o que dá para perceber sobre os belgas e as batatas, principalmente as fritas. 

Há quem diga que as french fries não são french. Franceses e belgas brigam pela paternidade das batatas fritas até hoje. E vira e mexe esta discussão vem à tona, mas, com certeza, são os belgas que levam mais a sério a cultura do tubérculo frito. 

Elas acompanham muitos pratos tradicionais, como o Moules-Frites do post abaixo, e pela cidade você encontra vários Fritkot (quiosques que vendem principalmente batatas fritas, encontrados em todos os lugares – são mais de 5 mil espalhados pelo país). Este aí abaixo estava na praça central (Markt Square) de Bruges. 


Alías, nesta cidade encontra-se também o único Museu em homenagem a batata frita do mundo: o Frietmuseum – que explica desde a origem da batata até a popularização do prato. Infelizmente, o Museu fica fechado até a terceira semana de janeiro, então, não pude ir conferir. A foto a seguir é do site deles.


Bom, e qual o segredo da melhor batata frita do mundo? 

1. Usar a batata do tipo Bintje (encontrada principalmente na Europa e norte da África); 
2. Descascar manualmente e cortar em palitos (tamanho de um dedo de mulher); 
3. Usar gordura animal (atenção vegetarianos!); 
4. Pré-fritar a 160°C até elas ficarem cozidas, mas ainda pálidas; 
5. Deixá-las secar e esfriar; 
6. Fritar novamente a 175°C até ficarem douradas e crocantes. 

O gosto realmente é diferente e a crocância é incrível! 

Para os vegetarianos, é possível também encontrar lugares que fazem a batata frita usando óleo vegetal, como a Frituur & Veggie Eetboetiek Royal em Bruges.


O bacana é que os belgas curtem tanto este lance da batata frita que você vê desenhos e esculturas relacionado a elas por toda parte. Esta aí, encontrei em um parque em Bruxelas.


Fritemuseum
Vlamingstraat 33 - Bruges - Bélgica

Frituur & Veggie Eetboetiek Royal
Langestraat 181 A - Bruges - Bélgica

12 de jan. de 2013

Em Bruxelas - Le gens que j'aime

No dia em que estava indo ao Restaurante Cecle des Voyageurs, passei em frente a um lugar que parecia bem bacana. Fui ver o nome e gostei mais ainda do local. Chamava-se "Le gens que j'aime". E no cardápio: Moules-Frites. Eu sabia que mexilhões era uma prato must-eat da Bélgica, então, já tinha achado o local para prová-lo.

Resolvi ir ao restaurante em um dia à noite. Chegando lá, fui atendida por uma garçonete a cara da Cécile de France (aliás, eu achava que todas as belgas tinham a cara desta atriz, mas só lá que realmente vi uma parecida).

O lugar é bem bonito mesmo, tem dois andares e o de cima é bem intimista.



Pedi Moules-Frites ao vinho e a garçonete me sugeriu uma Lindemans Framboise para beber - cerveja Lambic Fruit Style - que ela chamou de cerveja de mulher.

A cerveja veio junto com o copo flute - já que tem muitas bolhas - e tinha uma cor linda. O gosto era docinho, mas eu aprovei.


Quando chegou o prato, descobri o quanto sou ignorante em algumas coisas. Eu tinha pensando que Moules-Frites era um prato de mexilhões fritos! Sem comentários. Na verdade, o prato é composto de mexilhões E batatas fritas. Outra surpresa, veio um caldeirão de mexilhões! Socorro! Os pratos belgas, ao contrário dos franceses, são muito bem servidos - o que eu chamo de "sem miséria".


Olha só o tamanho do caldeirão.


Como estava muito bom, apesar do salsão (detesto salsão), e eu não sou de me abater diante de uma dificuldade, comi tudo!


Gostei bastante, mas achei meio caro. O Moules-Frites custou 19 euros.

Fui pesquisar na internet, e encontrei um outro restaurante com o mesmo nome em Barcelona, mais tradicional e indicado por vários guias. Bom, não sei se são da mesma rede ou alguém só pegou emprestado o nome.

Les gens que j'aime
Rue du Midi, 15 - Bruxelas

Em Bruxelas - A livraria mais incrível do mundo


Sempre quis morar dentro de uma livraria. Aquele ambiente cheio de novidades, possibilidades e descobertas é um lugar que me anima bastante. Quando tenho um problema ou estou mais deprimida, corro para uma. Sempre acho que tem algum livro escondido lá dentro que me dará uma solução perfeita. 

Adoro a Cultura, a Livraria da Vila em São Paulo, a Travessa no Rio de Janeiro, amo a Barnes & Noble nos EUA e a El Ateneo em Buenos Aires, mas nada, nadinha, se compara a Cook and Books de Bruxelas! Vi uma reportagem em uma revista do trem de Paris a Londres e uma certeza eu tinha: precisava conhecer o lugar. 

A livraria fica em uma região mais afastada do centro, mas muito fácil de chegar de metrô. A estação Roodebeck (siga a saída para o Centro Cultural  e não para o Shopping) fica bem em frente a ela. 

A Cook and Books é um complexo formado por duas grandes lojas, cada uma com um restaurante e com um ambiente para cada tipo de livro, divididos em nove temas: literatura, viagem, culinária, música, arte, infantil, livros em inglês, histórias em quadrinhos (os belgas tem uma cultura forte de HQ) e decoração. O mais bacana é que cada ambiente é decorado de uma maneira incrível e todos têm mesas para você comer, conversar, trabalhar, fazer o que der na telha. 

Abaixo, os ambientes que mais gostei (as fotos são do site deles, porque fiquei com vergonha de ficar tirando fotos, já que só tinha eu de turista e as atendentes ficavam prestando atenção em mim e me perguntado se eu estava precisando de alguma coisa):

Literatura (estes livros voando no teto não são ótimos?)



 Artes


E, é claro, culinária (que foi onde escolhi almoçar)


E como nada é perfeito, a comida não era assim uma maravilha. Era ok. Pedi um ravioli de salmão defumado com salada e um suco de maça orgânico.


Mas comer no meio dos livros de culinária não tem preço. Amei!

Moraria lá dentro com certeza!

Cook and Books
Place du Temps Libre 1,
1200 Sint-Lambrechts-Woluwe - Bruxelas


Em Bruxelas - Brasserie de L’Ommegang

No segundo dia, andando por uma das principais atrações turísticas de Bruxelas e considerada por Victor Hugo como "o quarteirão mais bonito do mundo", a Grand'Place, me chamou a atenção uma escultura colorida em frente a um prédio. Fui ver, era um restaurante com adesivo do Michelin 2013 colado na porta e um prato do dia por 17 euros!


E tem mais, tinha uma placa ao lado da porta de entrada: 


Me empolguei! Um lugar histórico, com vista para a Grand'Place, que é indicado pelo Michelin e é acessível! Quando entrei, outro ponto para o lugar, apesar do clima de lugar clássico antigo, estava todo decorado com quadros do Roy Lichtenstein. Este que estava em frente da minha mesa - chamado Drowning Girl - era ótimo. Não dá para ler na foto, mas ela está falando “I don’t care. I’d rather sink than call Brad for help!” (“Eu não me importo. Prefiro me afogar a pedir ajuda ao Brad”). 



Bom, apesar de eu ter me empolgado com o valor do prato do dia, quando entrei resolvi ver quais eram as sugestões do dia. Como estavam todas em francês, o fofo do garçom fez um esforço danado - incluindo gestos e sons - para me explicar de que eram as carnes, já que ele não sabia traduzir para o inglês. Ou seja, mais um ponto para o restaurante – garçons empenhados (até deixei uma gorjeta mais gordinha). Pedi então uma coxa de pato com vagem e batata, uma cerveja e uma água. (Achei que era uma cerveja da casa pois tinha o mesmo nome, mas descobri que tem uma cervejaria nos EUA que se chama Ommegang também, palavra que, por sinal, significa procissão medieval em holandês).

Olha só o tanto de bolhas e o tamanho do copo. Muito boa.


E o prato fazia jus ao local e à cerveja. Maravilhoso!


Para finalizar e ajudar na digestão daquilo tudo, pedi um chá verde, que veio com uma chaleira linda e bolachinhas e suspiros.



Brasserie de L’Ommegang
9 Grand’Place, 1000 Bruxelas

10 de jan. de 2013

Chegada à Bruxelas

PÂNICO. Foi o que eu senti quando cheguei a Estação Bruxelas-Midi vindo de Paris. 

Muitas coisas contribuíram para que eu me sentisse assim: primeiras horas sozinha na viagem, uma mochila não muito confortável nas costas, a chegada a um país desconhecido onde ainda se tem que descobrir como tudo funciona, mas o que me impressionou mais foi que a primeira impressão não era da Bélgica que eu imaginava. A estação era pichada e não tão limpinha – o que causava uma má impressão do país. 

Bom, comprei o passe de um dia (depois descobri que era mais barato ter comprado o de três dias, mas, ok, não dá para ser 100% em tudo), pedi um mapa do metrô e lá fui eu rumo a Estação Robier. Chegando lá, pânico de novo! A Estação está em reforma e é bem assustadora – muito lixo, grades, tapumes, e as pessoas eram bem mal encaradas (só eu que acho isso, ou mais alguém acha que as pessoas mal encaradas de outros países são mais mal encaradas do que as do Brasil?). Já comecei a surtar e achar que o Albergue ficava em um bairro horrível, que eu ia ser assaltada, esquartejada e iam sumir com meu corpo. Estava xingando o Lonely Planet e rezado enquanto subia a escada rolante, mas qual não foi minha surpresa? Dei de cara com o Hilton, Sheraton e Crowne Plaza! Eba. Estava a salvo! O bairro era ótimo. 

O 2Go4 (o Albergue) foi indicação do Lonely Planet. É bem bacana. Tem uma área de convivência com lareira, e uma cozinha ótima. Como ainda estou na fase “quero ficar sozinha um pouco”, resolvi ficar em um dormitório privativo com banheiro (quando fui reservar só tinha disponível o duplo por 58 euros). O que eu estou (407) é uma graça. Parece um chalé com janelinhas que dão para o céu (pena que está nublado por aqui, senão dava para dormir vendo as estrelas). 

Depois de me acomodar, resolvi dar uma volta e aproveitei para jantar em um restaurante/bar chamado “Cercle des Voyageurs” também indicação do guia, perto do metrô Bourse. O lugar é bacana com uma decoração diferente: um mapa antigo pintado no teto, globos, uma cortina preta pesada na entrada, e um quadro de um homem nu meio deprimido meio com sono. 


Sentei em uma mesinha na frente do bar e dei de cara com a placa: 


Para quem não sabe, a Delirium Tremens é uma Belgian Golden Strong Ale que já foi considerada a melhor cerveja do mundo. É produzida pela cervejaria Brasserie Léon Huyghe e tem como símbolo um elefante rosa. Eu, particularmente, amei a cerveja. Mas reparem no teor alcoólico: 8,5%! 

E como toda cerveja na Bélgica, ela vem em um copo próprio:


Pedi para comer um salmão com crosta de gergelim e legumes cozidos. A comida era infinitamente inferior à cerveja, o salmão não tinha gosto de nada, pelo menos os legumes estavam ótimos. Deve ser por isso que o guia indica como um lugar para beber e não para comer. 



A Delirium tem um bar famoso em Bruxelas (Delirium Café) com uma impressionante carta de mais de 2 mil cervejas do mundo todo, além de centenas de vodkas, absintos e jenevers (liquor típico da Bélgica e Países Baixos) – vou ver se dou um pulo por lá ainda. E no Rio de Janeiro tem também um Delirium Café em Ipanema (o primeiro das Américas) com muitos rótulos e cursos de degustação.

24 de jun. de 2012

Chá de Fraldas

No sábado passado aconteceu o Chá de Fraldas da Elisa!
Eu e a Paty organizamos tudo com muito carinho e a festa ficou "lindinha"!
Quem sabe a gente não monta uma empresa de eventos, né Paty!

20 de mai. de 2012

Rinconcito Peruano

Adoro ser surpreendida (com surpresas boas, claro). E hoje foi um daqueles felizes dias em que isso aconteceu. 

Saiu uma reportagem na Revista da Folha apontando os estabelecimentos bons e baratos de São Paulo. Para a minha surpresa, na sessão de restaurantes, tinha a indicação de um na minha rua (Aurora) chamado Rinconcito Peruano. 

Eu passo em frente a este restaurante praticamente todos os dias e NUNCA o tinha visto. Não é por menos, a entrada é uma portinha sem nenhuma indicação e com uma longa escada logo em frente. (E hoje, particularmente, o lugar ainda estava escuro... a luz estava com problemas). Como eu e minha mãe gostamos de nos aventurar por restaurantes no centro, subimos felizes as escadinhas. 



O restaurante, apesar da entrada peculiar, é bem arrumadinho e limpo. Pedimos um ceviche misto (R$ 25,00) e um lomo a lo pobre (R$ 15,00) - foto abaixo. 



Estava tudo impressionantemente gostoso. As porções são generosas e tivemos que pedir para levar o ceviche para casa. Os pratos com as bebidas ficaram em R$ 47,00 (eles não cobram os 10%!!!!!).

Cheguei em casa curiosa para saber se eu, minha mãe, o jornalista da Folha e comunidade andina que mora no centro da cidade éramos os únicos que sabíamos deste achado. Quanta pretensão!! O restaurante é conhecido (inclusive como um dos melhores restaurantes peruanos de São Paulo) e, recentemente, se juntou ao restaurante francês Coq e abrirá uma filial na Rua Tupi no dia 31/05. Claro, que a nova casa é mais cara, mas também tem pratos mais sofisticados e está localizado em um lugar mais aprazível.

Vou procurar conhecer este novo restaurante, mas, se me conheço bem, desconfio que preferirei ainda o daqui do ladinho de casa.

Rinconcito Peruano
Rua Aurora, 451 - Centro - São Paulo 

11 de mai. de 2012

Toscana

Finalmente arrumei uma forcinha para postar aqui no blog de novo! Achei que ia conseguir postar todos os dias, mas...foi uma doce ilusão...
Quem foi será que inventou um roteiro tão apertado?? Espero não acabar com a turma da "melhor idade",hehe!!
Hoje o frio foi embora de vez! A temperatura chegou a 34 graus aqui na Itália! Saímos de Florença de manhã e rodamos pelas estradas e cidadezinhas medievais da Toscana! Sensacional! As paisagens são ainda mais bonitas do que imaginamos!
Agora estamos em Montepulciano que é uma das cidades (que mais parece uma vila) mais altas da Toscana!
A comida italiana por enquanto está surpreendendo! As massas e pizzas são muito boas e no almoço até tivemos o privilégio de saborear uma bela bisteca de vitela!!! Delícia!!
Vamos ver o que nos espera em Roma! Amanhã saberemos!!

1 de mai. de 2012

E dá-lhe bacalhau!

Mais um dia aqui em Lisboa, conhecendo a cidade e, claro, comendo bacalhau! Posto hoje aqui algumas fotinhos para "causar inveja", rsrs!
De manhã fomos conhecer o Oceanário de Lisboa, que é muito bem cuidado e reproduz a vida marinha de todos os oceanos! Nada mais convidativo para um belo almoço do que ver um verdadeiro bacalhau nadando diante de seus olhos!
De tarde, caminhamos pelo bairro da Alfama, o mais tradicional de Lisboa, e tivemos a oportunidade de apreciar de cima do Castelo de São Jorge uma das vistas mais bonitas da cidade de Lisboa e do rio Tejo.
À noite, jantar no restaurante Martinho da Arcada, que era frequentado por Fernando Pessoa. Tivemos o prazer de conhecer o dono do restaurante, um autêntico português com muuuuuuuuitas histórias para contar! Por pouco não estamos lá até agora, rsrs!!